sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

É Natal, É, Natal! É ano novo...


Para que todos reflitam neste período de festas eu fiz um poema cíclico a respeito das rotinas de Natal e Ano Novo. Espero que gostem!

Ao final, postei o link do vídeo de uma das histórias que li e mais me tocaram em minha infância: A Pequena Vendedora de Fósforos, um conto de Hans Christian Andersen, que em 2007 foi transformada em animação pelos Estúdios Disney e concorreu ao Oscar como melhor curta-metragem de animação.

Espero que seja útil para esse momento de reflexão!

 

É Natal! É, Natal! É ano novo...
 

Em breve os sinos de Natal irão tocar
Em breve os sinos de Natal tocarão
Mas o que será tocado? Um simples badalar?
Ou tocarão o fundo de seu coração?

Há bocas que gritam mais que os sinos
Pela fome, pela injustiça, pela violência
Mas o mundo não ouve ou se incomoda
Não por inocência, mas por insolência

Em breve o ano novo irá começar
Em breve champanhes irão estourar
Mas qual será a comemoração?
O porre que vão tomar? Ou um tiro de canhão?

Há gente que grita mais que os canhões
Pela paz, pela liberdade, pela tolerância
Mas o mundo não ouve ou se incomoda
Não pela ignorância, mas pela ganância

É Natal? É, Natal!
É ano novo... de novo

Tem papai-noel e suas renas
Há perus, pernis e bocas pequenas
Iludidas pelo brilho de Natal, que não faz mal
Apenas a indiferença é que gangrena

Há gente que clama e reclama
Do egoísmo, do exibicionismo, da arrogância
Mas o mundo não ouve ou se incomoda
Com a perda de muitos... desde a infância

Tem révellion e sua linda festa
Há comidas, bebidas e o que não presta
Gente jogada no chão, o que nos resta
Gente largada que a sociedade detesta

Há gente que curte suas férias
Há outros que vivem às misérias
Gente que ri e gente que chora
Gente fora de si, gente que implora

É Natal? É ano novo?
É o mesmo ciclo vicioso!

É Natal no meio das gangues
Papais-noéis tingidos de sangue
É Natal na favela, é a sarna na cadela
E maldita falta de comida na panela

Há gente pedindo a Deus
Há outros pedindo adeus
Gente que luta pra viver
Gente que luta para não morrer

É ano novo uma vez mais
E outra nova tentativa de paz
Gente querendo voltar a ser criança
Gente buscando a esperança

É Natal! É Natal?
É ano novo? O ciclo vicioso...
E no ano que vem
vamos fazer tudo isso de novo!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Olha aí pessoal, livro novo chegando!!!
Título: Opinião de Peso
Autor: Egidio Trambaiolli Neto
Publicação: Editora Uirapuru - www.editorauirapuru.com.br
Temas: Autoestima, Alimentação Balanceada, Bullying e Pluralidade Cultural
Opinião de Peso - Egidio Trambaiolli Neto - Editora Uirapuru
 
Resenha: Ishiro é de família japonesa e gosta de abusar das comidas calóricas. Mas ao sofrer bullying por causa do seu sobrepeso, sente-se deslocado diante dos demais e não consegue se encontrar. Contudo, há sempre um novo caminho a trilhar, mesmo que seu biotipo conspire contra a sua aparência...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Livros nos EUA - Washington DC

No último dia 01/12 nossa parceira e representante da nos EUA, Elena Como, da Atlantic Books, esteve na Georgetown University expondo os livros da Editora Uirapuru, no Simpósio do Ensino da Língua Portuguesa como Língua Estrangeira nas escolas americanas como matéria curricular.
Sentimo-nos muito orgulhosos com mais essa conquista. É cultura brasileira como material de exportação!

Elena Como da Atlantic Books na Georgetown University em Washington DC com dois títulos da Editora Uirapuru: O Dilema de Marquinhos, de minha autoria, e A Velha Sentada, de Lázaro Ramos.

Elena Como da Atlantic Books na Georgetown University em Washington DC com mais três títulos da Editora Uirapuru: Receitas da Vovó Julinha, de Adelina Virgínia Gonçalves; Um Novo Amanhã, de minha autoria, e O Menino, a Goiabeira e a Porta-Bandeira, de Alexandre Henderson.
 
Parabéns, Elena Como, pelo seu belo trabalho!

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Seis títulos na Georgetown University em Washington - DC

Boas novas!

 Amanhã a Editora Uirapuru estará expondo seus livros na Georgetown University em Washington DC, por meio da Atlantic Books, durante um simpósio sobre o Ensino da Língua Portuguesa nos EUA.


Sete títulos de minha autoria estarão por lá: Síndrome de Quê?, Vitrúvio para Crianças, A Cama do Buraco Negro, Na Bucha, O Dilema de Marquinhos, Um Novo Amanhã e Música em Pauta, que tenho em parceria com meu grande amigo João Batista Simplício.

 
Egidio Trambaiolli Neto com um dos livros de sua autoria



quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CALOR, A CARA DO BRASIL

Calor, a cara do Brasil

À medida que a época de calor intenso se aproxima, o Brasil vai adquirindo suas cores, seus sabores e vai mostrando seus valores. O turismo se aquece, o povo vai se preparando para o verão, as campanhas publicitárias estimulam a renovação do guarda-roupa e as frutas exóticas ganham força no mercado dos sucos, sorvetes e de receitas sofisticadas. Como consequência, muita gente lucra com a riqueza de nosso país.
Mas, da mesma forma que o turismo se aquece, o brasileiro se esquece. O desperdício toma conta da cidade, bagaços de frutas, embalagens de sorvetes, latinhas e garrafas de bebidas são abandonadas pelo caminho, muitas vezes até, ao lado das lixeiras que deveriam acondicioná-las.

Parte do povo brasileiro ainda não se deu conta da importância da preservação e dos hábitos de higiene, o lixo e o descaso com o meio ambiente geram consequências que se assemelham bem mais com uma vingança da natureza.
 
Os bagaços fermentam sob o sol escaldante, virando o estômago de quem passa por perto. O lixo atrai moscas, baratas, ratos, pombos e outros animais que se encarregam de proliferar doenças entre os seres humanos.
Lixo de casca de coco excede à capacidadade da lixeira
 
Para complicar, as chuvas de verão carregam todo esse lixo para debaixo da cidade, e entopem bueiros e galerias, provocando a inundação de muitas regiões de municípios que todos os anos sofrem com alagamentos. Ainda por cima, essas águas acabam por se contaminar com diversos microrganismos, como as bactérias da leptospirose, provenientes da urina dos ratos que são engordados com o lixo que produzimos e abandonamos pelo caminho.
 
Por falta de vazão causada pelo lixo, bueiro se transforma em chafariz do prenúncio de uma inundação

A dengue é outra doença que ganha grandes proporções; a água que empoça por causa da falta de cuidados, serve de berçário para o aedes aegypti, o pernilongo da dengue. Portanto, somos culpados por muitos dos problemas que nos afligem a cada ano. Não que sejamos os únicos responsáveis, mas boa parte dos problemas do verão provém dos maus-hábitos, da falta de higiene do próprio povo.
 
Não é preciso dizer que a higiene é fundamental para qualquer ser humano. Mas é necessário salientar que esse tema deve ser trabalhado desde a infância, quando a criança se vê como o centro do universo. Se nessa época, a higiene pessoal não for bem trabalhada e ela não se tornar um hábito, a higiene do ambiente em que vivemos perderá o seu significado.
 
Para se trabalhar com o tema higiene com as crianças, eu deixo a dica do livro: Na Bucha, de Egidio Trambaiolli Neto, publicado pela Editora Uirapuru, que traz a história de um menino que por falta de higiene teve de travar uma batalha com os micro-organismos que queriam dominar o seu corpo, além de ter que conviver com o bullying em família, causado pelos próprios maus hábitos. Mais informações, visite o blog: http://nabuchauirapuru.blogspot.com.br e acesse o site: www.editorauirapuru.com.br

Na Bucha - Egidio Trambaiolli Neto - Editora Uirapuru
Vendas: (11) 2249-7700

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

SINDROME DE QUÊ?


Segundo o povo celta, o trevo de quatro folhas dá boa sorte para quem o encontra. Contudo, o trevo de quatro folhas é uma anomalia genética, pois os trevos, em geral, possuem três folíolos que erroneamente são chamados de folhas e ter um quarto folíolo, seria como ter um dedo a mais em cada mão, um cromossomo a mais, enfim, uma ANOMALIA que para essa planta as pessoas aceitam como "mágica" ou algo tão especial!

Os trevos de quatro folhas podem até serem cultivados, mas requerem temperatura média na faixa dos 25 ºC, chuvas constantes e de pelo menos oito horas de escuridão ao dia. Em outras palavras, SÃO PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS.

Já entre os seres humanos, muitas pessoas não aceitam que os de sua própria espécie possuam alguma anomalia genética: há pais que os abandonam, outros que são indiferentes e aqueles que até os desprezam. Contudo, eles se esquecem de que estas pessoas tão especiais são trevos de quatro folhas que foram cultivados em seu próprio jardim. Por isso, devemos concluir que a anomalia maior não está naquele que desse modo foi gerado, mas sim na formação da concepção moral daquele que não o acolheu.

Para combater esse preconceito bobo, eu indico o livro Síndrome de Quê?, de minha autoria, publicado pela Editora Uirapuru, apropriado para se trabalhar com crianças a partir dos 8 anos de idade. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Dia da Consciência Negra ou Dia da Paciência Negra?

Apesar de alguns avanços, há ainda muita resistência social na adoção de livr...
os com protagonistas negros. Muitas vezes, o que se vê, é um personagem negro dividindo o protagonismo com personagens de outras etnias, muitas vezes, aparecendo apenas para complementar o grupo ou para tratar de temas como racismo e direitos humanos. Em outras palavras: “Vamos colocar protagonistas negros só para dizer que tem!” ou “Vamos defender os negros contra o racismo, somos bonzinhos, seremos vistos como amigos, ou melhor, como heróis!”, em outras palavras: “Em nome da ética! Vamos fazer esse favor!”
Por isso, deixo no ar algumas perguntas:
Por que não usar protagonistas negros em histórias que fujam desse contexto de favor dos anjos de barro?
Por que não retratar o negro em sua família, com seus relacionamentos, seus erros, seus acertos?
Por que não fazer o negro rico, o negro pobre? Por que não retratar negro que tem orgulho de ser negro e de sua riquíssima cultura, não para se impor socialmente “goela abaixo”, no estilo Zagalo, mas pela busca da igualdade e pelo direito de ser feliz?
Simples! Vou apresentar alguns relatos:
• Por que você coloca esses “neguinhos” na capa? Essas “coisas” não vendem! (Comentário mim feito para por parte de um autor, quando eu lhe mostrei um dos meus livros recém-publicado)
• Vamos ter que trocar! Você cria uma história em quadrinhos para uma coleção inteira com uma família de negros como protagonistas? Tá doido? (Crítica que recebi quando criei os personagens para uma coleção de revistas. Apesar das tentativas de muitos, consegui mantê-los, e há dez anos muitas crianças se divertem com as peripécias desses personagens)
• Ah, mesmo sendo negra, não vou adotar um livro só com personagens negros! Os pais vão querer me matar! (Comentário feito por uma professora negra de uma escola particular classe A quando apresentei um dos títulos abaixo relacionados)
• É difícil! Mesmo estando na Bahia os professores ainda resistem em fugir dos estereótipos criado pela televisão: um mundo de brancos bonzinhos que convivem com os negros por que Deus quer assim”! (Comentário feito por uma coordenadora afrodescendente com relação à seleção de títulos para aquisição por parte de um município)
Esse panorama tem de mudar! É preciso abrir a mente! É necessário entender que a ideia de minorias para os afrodescendentes é pífia e só vale, para certas circunstâncias sociais, principalmente na fechadíssima elite brasileira.
Afinal, se pelo menos 51% dos brasileiros são enquadrados como afrodescendentes. Logo, onde está a minoria?
Não tenho a intenção de ficar fazendo provocações, o que aqui escrevo, é a realidade. Como eu posso pensar em deixar o mundo melhor para os meus filhos e seus futuros descendentes se este mundo mantiver uma divisão cromática?
É preciso mudar. Nossas crianças não podem receber de herança algo tão primitivo como tentar qualificar pessoas por características físicas. Isso é nazismo. Por essa razão, para quem sente os ventos da mudança, eu destaco três livros de literatura para o Ensino Fundamental - I que aparecem no catálogo da Editora Uirapuru, cujos protagonistas são negros e as histórias acontecem em núcleos negros, em meio à suas famílias e à sua cultura:
A Velha Sentada – Lázaro Ramos: recomendado a partir dos 9 anos de idade;
O Noitário de Robinho – Allison Santos: recomendado a partir dos 7 anos de idade;
O Menino, A Goiabeira e a Porta-bandeira – Alexandre Henderson: recomendado a partir dos 9 anos de idade.
Pelo menos um desses títulos não pode faltar na lista de adoção de qualquer escola. Por um Brasil mais justo! Por um país melhor! Por uma nação Consciente e não apenas Paciente...
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Vitrúvio para Crianças inspira aluna a escrever poema sobre meio ambiente

Hoje eu estava conversando com uma amiga do Facebook que leu meu livro Vitrúvio para Crianças, com o qual trabalho com a Matemática associada às Artes e fiquei muito feliz com o retorno. Ela me contou que uma aluna adorou tanto a forma como...
Dante Alighieri escreveu os versos da Divina Comédia, que fez um trabalho de meio ambiente na forma de poema usando a métrica da terza rima. Isso é gratificante, pois mostra como um livro influencia positivamente a criatividade de um aluno. Parabéns, Profa. Vera! Parabéns para Aline, sua aluna que se identificou com o poema de Dante Alighieri e fez um maravilhoso trabalho!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Olá, pessoal! Hoje é dia de reflexão sobre as diferenças e de uma indicação literária que já está sendo trabalhada, inclusive, em escolas dos Estados Unidos que trazem o ensino da Língua Portuguesa em sua grade curricular. Vale a pena ler!

Diferenças e Liberdade

O que significa ser diferente se afinal de contas, somos todos seres humanos?
Temos de lembrar que a classificação de “diferença” entre os seres humanos pode estar na embalagem, na parte material, mas podemos ser diferentes também no nosso modo de pensar, de agir e de interagir.

Sim, podemos ter ideias e ideais diferentes, é possível escolher nossa religião ou até não possuir nenhuma; é possível termos nossas convicções, nossos sonhos, nossos desejos, nossas opções, pois temos o direito do livre arbítrio! Mas, nem tanto...
Muitas vezes o livre arbítrio bate de frente com conceitos religiosos, políticos, morais e até científicos. Principalmente porque essas quatro frentes possuem, digamos, zonas de litígio em sua co-existência.
É curioso como o ser humano luta com todas as forças pelo direito do livre arbítrio, mas muitos não aceitam que o próximo também o tenha. A religião contesta o livre arbítrio das Ciências quando esta se fundamenta em provas concretas para aceitar ou refutar fatos que contradizem dogmas e vice-versa.
Muitas religiões não admitem a existência de outras religiões, dando origem até aos confrontos que se perdem na história da humanidade.
Muitos povos brigam entre si sem saber o motivo concreto da contenda que se perdeu no tempo. Apenas, guerreiam, seja por imposição de seu país ou por estarem no local errado na hora errada.
Cercadas por conflitos morais, psicológicos e até religiosos, há muitas pessoas que não exercem o direito do livre arbítrio, e são tomadas pelo medo de punições vindas do desconhecido, de castigos divinos.
Em contrapartida, há aqueles que não respeitam o livre arbítrio, acham que o seu direito é maior do que o de qualquer outra pessoa e excedem! Por esse motivo, certas lutas justas se enfraquecem com o passar dos tempos, principalmente porque algumas pessoas não sabem derrubar tabus, querem apenas se impor, usando sua indignação de um modo vingativo e escancarado, pondo a perder a luta dos que compartilham de um mesmo ideal.
Na História, muitos já sucumbiram diante de pessoas que não respeitaram o livre arbítrio e o direito de tê-los: Martin Luther King, Gandhi, Jesus Cristo... E quantos mais ainda morrerão porque muitos seres humanos se mantêm em uma redoma de conceitos feita de mata-borrão, se achando os senhores do universo?
Por mais estranho que possa parecer, a rejeição ao que é diferente está enraizada em nossa cultura, vai além das questões étnicas, das divergências entre as camadas sociais, do gênero ou dos dogmas religiosos. Basta vermos a dificuldade com a qual um trissômico, também conhecido como portador da Síndrome de Down, tem para ser aceito junto aos colegas de uma sala de aula.
Há caso nos quais os próprios pais dos alunos ditos sadios, pedem para trocar os filhos de sala ou para que suas crianças mantenham distância do sindrômico, alegando que a saliva é contagiosa; o que é uma grande mentira.

Assim, esses pais criam barreiras sociais, tolhem liberdade e pregam a diferenciação, criando um mundo em que há os abençoados e os demais, privando os próprios filhos de um convívio harmônico na sociedade.
A liberdade é um direito de todos, mas ela só se justifica quando caminha de mãos dadas com o respeito ao próximo e o livre arbítrio seja praticado sem arbitrariedades!
Diferenças, liberdade e aceitação não são temas exclusivos para adultos, devem ser trabalhados desde criança. Como sugestão eu indico o livro Síndrome de quê? de minha autoria, publicado pela Editora Uirapuru, que aborda o bullying e a rejeição social sofrida por uma criança sindrômica que apesar de tudo, consegue com o seu carinho conquistar o espaço que lhe é de direito. Maiores informações; acesse: http://sindromedeque.blogspot.com.br.
Atenção, professores! Estando blog, clique abaixo do logotipo da Editora Uirapuru e faça o download de uma série de atividades relacionadas ao livro para trabalhar com os seus alunos.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

E. E. Celso Gama

Prezados amigos,

No dia 22 de outubro de 2012 estive pela manhã palestrando na E. E. Celso Gama. E foi com grande satisfação que revi amigos e fiz novas amizades.
A equipe da E. E. Celso Gama me recebeu com o mesmo carinho e atenção de outras oportunidades. Evito até citar nomes para não cometer o terrível erro de esquer algum, mas agradeço a todos por mais esta acolhida.
Os alunos do Celso Gama também são muito educados, receptivos e participativos! Isso prova que muitas escolas públicas, diferente de rótulos preconceituosos, estão formando pessoas de bem.
Eis algumas fotos do dia da palestra:
 Eu e os professores que trabalharam com os meus livros
 
Professoras, Eu e Nelcindo, representante da FTD 

A professora, o desenho de um dos personagens do livro Os Olímpicos, realizado por um grupo de alunos e Eu. 

 O criador e a criatura

A aluna que ilustrou o painel com o personagem Chronos, do livro, Os Olímpicos. 

Eu palestrando para a uma turminha bem legal! 

Eu palestrando e um dos meus voluntários a ajudante Matemágico  

É hora de autografar! 

 Alunas, a Profa. Cidinha, idealizadora do projeto com meus livros, e Eu
 
Mais autógrafos e uma fila na porta da biblioteca de alunos aguardando sua vez... 

Mais um autógrafo e um bate-papo agradável... 

Diga Xis... Bem, para uma sessão de autógrafos de livros de Matemática,
acho que o certo seria: diga x + y = z

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

EU PROMETO!

Em tempos de eleições, segue minha reflexão.

EU PROMETO!

A frase Eu Prometo, há muito, representa uma esperança para os eleitores de nosso país. Mas, também como motivo de desconfiança. Por que será que a polític...
a brasileira parece não ter solução? A resposta é complexa, pois vários fatores contribuem para que a impunidade perdure, vão desde a morosidade, a burocracia, as leis falhas e até, os conchavos políticos e interesses particulares daqueles que regem as esferas políticas de nosso país.

Quando um prefeito é caçado por corrupção, o que não é comum acontecer, seu sucessor logo assume o cargo. Resultado, o partido que deveria oferecer candidatos decentes para o povo, acaba trocando as peças do jogo, mas permanece no poder.

Contudo, e se o partido também fosse punido? Em outras palavras se o partido que ficou em segundo lugar na eleição assumisse o poder no lugar do vencedor? Aí a situação mudaria de figura, principalmente porque a perda da liderança para um partido é algo inadmissível.

Isso faria com que a qualidade política em nosso país se elevasse. Os partidos passariam a escolher com mais cuidado seus candidatos. Aqueles que tivessem ficha-suja perderiam a oportunidade de continuar na política por sanções do próprio partido. Os partidos que perdessem a eleição fiscalizariam com mais afinco o histórico e o trabalho do vencedor e as coligações seriam repensadas, o que daria maiores chances para outros partidos mostrarem a qualidade de seu trabalho, sua integridade. Teríamos um basta nas propagandas políticas enganosas.

No caso de cargos de confiança, cada político pensaria duas vezes antes de nomear seus assessores, secretários e ministros. As negociações de poder com outros partidos acabariam se tornando inviáveis, dificilmente haveria barganhas de cargos políticos por apoio.

Suponha, por exemplo, que um deputado estadual fosse caçado, quem assumiria o poder seria o primeiro suplente na sucessão. Mas, se esse suplente fosse do mesmo partido ou da coligação do candidato caçado, quem assumiria o cargo seria o próximo suplente não ligado à coligação.

Talvez tal ideia não solucione o problema de nosso país, mas ao menos criaria uma dinâmica capaz de dificultar a ação dos mal-intencionados. Como para alguns políticos a frase: o Poder Corrompe, se enquadra perfeitamente, é preciso lembrar de que quando muitos estão de olho, o poder absoluto torna-se limitado e a falta de apoio em suas atitudes duvidosas tende ao fracasso. Se o povo se unir, o Brasil poderá servir de exemplo democrático e lisura. A solução está em nossas mãos, em nosso voto. Precisamos nos unir.

É desta reflexão que retiro meu pensamento de hoje:
"A maioria dos políticos é como certas pipas, pode até nos parecer confiáveis, mas depende muito do que traz pendurado em seu rabo".
 
 
 
 

 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Lázaro Ramos no programa Estrelas, da TV globo!

Amigos!
Sábado foi ao ar o programa Estrelas, pela TV Globo, com a entrevista do meu querido amigo
Lázaro Ramos. Na entrevista ele fala, inclusive sobre o livro "A Velha Sentada", de sua autoria, que eu tive a honra de ser o editor.
O blog do livro é:
http://avelhasentada.blogspot.com.br/


Todos os que conhecem Lázaro Ramos sabem que ser humano fantástico ele é! E todo sucesso que ele está conquistando é o resultado de muita competência, profissionalismo e humanismo!
Parabéns, amigo!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Hoje é dia de reflexão! Meu pensamento do dia surgiu a partir do estudo do comportamento de certos animais que, literalmente, se drogam.

Happy-hour Animal

Nas savanas africanas da África Oriental nasce uma fruta chamada marula, fruto da maruleira (Sclerocarya birrea). Sim, a mesma fruta usada para rechear bombons, cuja cor amarela, lhe dá o nome de origem bantu.
Quando a marula atinge um grau de maturação acentuado, começa a fermentar, assim como diversas outras frutas, por causa da alta concentração de açúcares que convergem para a formação do álcool. Curiosamente, a marula ao chegar ao estômago começa rapidamente a fermentar e a produzir álcool em quantidades consideráveis, a ponto de, após a ingestão de alguns destes frutos, levar o consumidor a um estágio de embriagues elevado.
Alguns dos animais da região das savanas, que se alimentam dessa fruta, como por exemplo, elefantes, suricatos, javalis, macacos, zebras e girafas, parecem gostar mais das ações do álcool em seus corpos do que propriamente do fruto. Para se ter uma ideia cada fruto, que é do tamanho de uma laranja, é capaz de, depois de fermentado, apresentar um teor alcoólico equivalente ao de um copo de cachaça.


Certos babuínos chegam a comer até dez desses frutos de uma vez só, tomando um verdadeiro porre, algo similar a duas garrafas de cachaça pura. No dia seguinte, assim como para qualquer um que exagera no álcool, esses animais sofrem com os sintomas da ressaca.

Os macacos, mais especificamente os babuínos, são os animais que mais procuram esse fruto para o deleite, primeiro porque podem subir até a copa da maruleira e de lá colher as marulas, depois, porque adoram ficar sob os efeitos do álcool. O vício desses animais é tão grande que a maruleira está correndo um acentuado risco de extinção.

O consumo de amarulas por parte dos humanos também não foge ao gosto selvagem, a maior parte da produção é destinada à fabricação da Amarula ou Licor de Amarula.

A produção dessa bebida começou porque, em 1869, o explorador David Livingstone provou da marula em terras africanas e foi o primeiro europeu a se embriagar com os efeitos do fruto e sofrer de sua ressaca. Isso fez com que ele levasse o fruto à Europa, que rapidamente passou a produzir o fermentado que logo caiu no gosto popular.


Pode parecer estranho, mas outros animais fora da savana também têm seu jeitinho de se drogar. Nossas onças (Panthera onca), por exemplo, após as refeições normais comem certos cipós que contém alguns alcaloides que combatem alguns distúrbios gástricos e possuem efeitos depurativos que facilitam a digestão da carne que consomem. Contudo, as onças não se contentam com uma pequena quantidade desses cipós e os consomem até adquirirem um estágio de overdose, a ponto de terem sintomas similares aos usuários de drogas pesadas, como pupilas dilatadas, taquicardia e prostração. O mais curioso é que isso se torna um vício!


Os lêmures (Lemur catta), outra espécie de primata, também são, digamos, usuários de substâncias tóxicas de efeitos severos. Para se protegerem de alguns insetos e outros parasitas de pele, os lêmures capturam em meio ao solo de Madagascar certos tipos de centopeias que liberam alcaloides quando ameaçadas, como arma de defesa, evidenciando ao predador que seu gosto é muito ruim, o que faz desses alcaloides excelentes repelentes.

Acontece que a quantidade de alcaloides secretada pelas centopeias não é tão acentuada, assim, para economizar as secreções os lêmures levam as centopeias à boca e dissolvem o alcaloide com saliva para poderem passar com as mãos pelo próprio corpo. Tomados pelo efeito dos alcaloides e do desejo de ficarem “bem doidões”, os lêmures tentam diluir ao máximo essas substâncias para que possam se aproveitar da ingestão dos alcalóides que restarem na superfície do corpo da centopeia.

O aproveitamento chega a um ponto que, depois de os lêmures lamberem as centopeias, apresentarem sintomas como: olhos arregalados, pupilas dilatadas, taquicardia e coordenação motora comprometida, que os fazem abandonar as centopeias para que voltem ao seu habitat e assim, no futuro, possam contribuir uma vez mais com o vício da comunidade lêmure.

É curioso como a natureza nos dá exemplos de que várias espécies acabam adquirindo certos vícios, tais quais os seres humanos. É notório que esses animais descobriram e exploram esses vícios há muito tempo, e vem passando de geração para geração as suas descobertas.

O ser humano não é diferente e, por essa razão, também demonstra o seu instinto compulsivo. Há aqueles que sabem impor limite na ingestão de drogas lícitas, como o álcool, e outros que querem a legalização de drogas como a maconha. Daí vem a pergunta: Se com o álcool, tido como uma droga lícita, frequentemente causa mortes de inocentes no trânsito, o que deverá acontecer numa situação similar quando o motorista for alguém “chapado”?

Eu fico pasmo quando vejo que a população se mobilizar por causa da Marcha da Maconha e condenar o professor que se mobiliza por melhores condições de trabalho. Será que os professores são menos importantes que a maconha? Por que o povo não se une numa cruzada pela Educação de nosso país? Por que o povo se entrega às drogas tal qual um animal primitivo como qualquer um dos exemplos citados neste texto?

É preciso entender que a Educação é a solução para qualquer um desses problemas. Os acidentes de trânsito em países de primeiro mundo, cuja Educação é exemplar, são reduzidíssimos, principalmente os que envolvem motoristas que se excedem no consumo do álcool. Se o Brasil tivesse uma Educação de qualidade, com professores devidamente remunerados e qualificados, com escolas bem estruturadas, com uma legislação do Ensino adequada e um sistema social no qual a Educação seja a prioridade, não precisaríamos sequer de leis impeditivas de qualquer tipo.

Chega de Marcha da Maconha ou qualquer outro movimento sem propósito, chega de argumentos vazios que alegam que é para o uso medicinal, pois há várias drogas controladas, com tarjas pretas, à venda nas farmácias. Ninguém  na marcha se mobiliza pela liberação da maconha como medicamento controlado, mas sim por razões primitivas e egoísta como o consumo próprio, tal qual os babuínos, lêmures e onças.

Vamos marchar pela Educação como solução para todos os problemas sociais, científicos e culturais. A sede do saber é extraordinária, ela muda comportamentos, motiva a leitura! Ler bons livros vicia! Um vício bom, que não faz mal algum! Permite viajar, entender o mundo, entender a si mesmo! Ler é um fruto da Educação, permite criar, recriar, inventar, aprender, ensinar, viajar, extrapolar os limites da imaginação, sem que para isso necessite de artifícios fúteis e banais.

E então? Vamos marchar pela Educação?

Deixo aqui o meu pensamento do dia:
“Educar vai além de passar conhecimentos, educar é um ato de preservação da espécie!”

 

O happy-hour dos animais.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Queridos amigos!

Estou muito feliz! Tenho novidades!

Terminei o roteiro da peça do meu livro Na Bucha para um projeto com meus amigos da Bahia! Eu me diverti demais!!! O personagem João está mais porcalhão do que nunca e os Monstros da Sujeira, cada vez mais impiedosos! Cuidado, João! Água e Sabão neles!!!

Para o delírio das fãs, João será interpretado por Ítalo Alves! O ator e poeta causador do maior número postagens apaixonadas deste blog até o momento (rsrsrsrsrs).

Ítalo Alves - interpretará João, o protagonista do livro Na Bucha!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O que vem por aí?

Amigos, na última semana assinei um contrato com a CompLab, representante no Brasil dos produtos da LabDisc, uma empresa de Israel que trabalha com sensores para laboratórios, para fazer uma adaptação dos produtos para o mercado brasileiro.
Ontem recebi esses produtos na Editora Uirapuru. Hoje, estou me divertindo muito com eles, tem desde sensores de pH até GPS! Show!!!
GLOBISENS - Tecnologia de ponta que não desaponta!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

INVASÃO DE PRIVACIDADE


Esta noite uma sinfonia felina no telhado perturbou o meu sono. Era um que chamava um tal de Rauuuulll, ou outro dizia Romeuuuuu e ficavam se revezando: Rauuuull..., Romeuuuuu... De repente ouve-se um Migueeeeellll e um silvo que certamente dizia Luiiiissssssssssssss. E veio a briga! Parecia coisa de torcidas uniformizadas! Pior! Parecia coisa de militantes políticos! Depois do Horário Felinal Gratuito, vieram os debates, ou seriam combates...? E os inconvenientes e hostis militantes (não que todos sejam) se comportando como fanáticos torcedores intransigentes (não que todos sejam)!
Minha indignação foi além do Anderson Silva Felino e do Minotauro Siamês, acabei me lembrando de que por vários dias fomos obrigados a assistir a propagandas políticas que se transformaram em uma Torre de Babel que misturava circo, terror, mentiras, acusações e, pasmem, até algumas propostas sérias que se perdiam em meio a tanto lixo! Findo o período de torturas na TV, somos obrigados a conviver com certos militantes que têm o atrevimento de tomar o teu espaço no Facebook, postar os santinhos virtuais dos candidatos que apóiam, que, por sinal muitas vezes nem são da cidade em que você mora, e ainda te ofender quando você argumenta sobre o ato e explica de modo educado que no lugar dessa invasão de privacidade, por que não propor ao candidato criar contas nas quais poderia expor suas propostas e convidar pessoas de seu município para conversarem a respeito delas?
Ora, o que esperar de um político cujo militante já na campanha começa a tomar o teu espaço, o teu tempo, a tua liberdade e não te respeita? No meu direito de cidadão de uma rede social, após ser chamado de ignorante por questionar o direito de cada um, denunciei ato como spam, por se tratar de um trabalho desrespeitoso desse militante. Provavelmente, ele será bloqueado! Azar do candidato que pode até ser bom, mas está mal assessorado e com um péssimo planejamento! Imaginem como deverá ser seu gabinete!
Candidatos de prefeitos e vereadores, querem ser efetivos? Criem grupos, convidem pessoas da tua cidade, e apresentem o que se propõem a fazer por ela! Comecem mostrando inteligência e não ineficiência gerencial com seus próprios correligionários. Caso contrário, a disputa política continuará parecendo uma conversa inflamada de gatos no telhado, ou uma sinfonia de gatunos e oportunistas!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

MINHA HISTÓRIA DE VALOR

Hoje faz 3 anos que meu pai se foi. Por isso, quero deixar aqui o registro de uma homenagem que fiz a ele quando lancei o livro Histórias de Valor, no ano seguinte, pela Editora Cortez. Na abertura do livro,  coloquei o seguinte texto, uma doce memória da minha infância:
"Lembro-me de quando eu tinha uns 6 anos e meus pais compravam caquis bem madurinhos.
Depois que a gente os comia, sempre havia um ritual: meu pai abria cuidadosamente as sementes ao meio e, de acordo com o estágio de germinação, dizia que a semente sempre nos mostrava um objeto.
Se o broto estivesse começando a germinar, o fio longo e espesso era uma faca; se a extremidade estivesse já oval, era uma colher, e se, já no terceiro estágio da germinação, o fio tivesse três ramificações na ponta, era um garfo.
Eu, que achava aquela a melhor das brincadeiras, queria sempre tirar o garfo, que era o tesouro mais raro.
Certa vez, eu estava chateado por só ter tirado facas nas últimas sementes dos meus caquis enquanto meu irmão já havia ganhado dois garfos, uma colher e uma faca.
Percebendo meu desapontamento, meu pai abriu a semente que faltava e... Que decepção, mais uma faca!
Então, ele sorriu e disse: “Ah, esta aqui não é uma faca. É uma caneta! Isso quer dizer que você vai ser escritor!”
Na época fiquei muito feliz. E não é que me tornei escritor?
Por isso, dedico este livro ao meu pai, que deixou, além de saudades, uma lição de criatividade.”
Egidio Trambaiolli Neto

Pai, hoje já não choro por sua perda, não que eu não sinta saudades, mas porque prefiro lembrar das coisas boas, pois sei que as lições que você me deixou me dão motivos para sorrir. Eu te amarei eternamente!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Entrevista


Minha participação como entrevistado pelo programa UnG Ciências, da TV UnG


O simpático apresentador do programa, que também me entrevistou e editou o vídeo é o Diego Davoglio.
Olho nele! É puro talento!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Aligátores Nonsense

O pensamento do dia de hoje parte de uma reflexão sobre este texto de minha autoria, intitulado: Aligátores Nonsenses

Há poucos anos um evento começou a intrigar aos moradores do entorno do Lago Griffin, na Flórida, EUA e à comunidade científica americana. Os aligátores, espécies de jacarés que habitam a região do lago citado, começaram a apresentar anomalias comportamentais e acabavam morrendo em decorrência desses problemas. Inicialmente os aligátores passaram a apresentar dificuldades de coordenação motora como espasmos, perda de equilíbrio e falta de controle na hora de nadar. Pouco tempo depois, desenvolviam descontroles motores que os faziam vagarem tais quais zumbis, a ponto de acabarem virando involuntariamente de barriga para cima, não conseguirem manter a cabeça fora da água e morrerem afogados por perda de habilidade natatória. Foram mais de cem aligátores em um único lago, em um curto espaço de tempo. Com isso, a decomposição dos animais infestou o ar e contaminou a própria água do lago.
Mas o que estava deixando os aligátores nonsenses, comportando-se tais quais zumbis de filmes de terror?
A primeira suspeita recaiu em uma possível doença desconhecida e os cientistas passaram a recolher os corpos dos aligátores mortos para realizarem autópsias, buscando entender o problema. Mas não foi encontrado nada! Nem um simples desequilíbrio comum em órgãos como o fígado, que normalmente tornam-se delatores de anomalias corporais. O próximo passo foi realizarem de exames clínicos em animais vivos, em especial o exame de sangue.
Foram efetuados vários exames, expondo o sangue dos aligátores a bactérias e vírus dos mais variados tipos; contudo, nada foi observado. A única coisa que se pode concluir foi que o sangue dos aligátores, em vez de se contaminar, agia como um excelente bactericida, capaz de destruir todos os contaminantes biológicos possíveis. Algo que não é de era surpresa, pois esses animais são dotados de um sistema imunológico dos mais resistentes. Portanto, a causa não era biológica.
Partiu-se, então, para as pesquisas relativas ao ambiente, pois uma coisa era evidente, parte da margem do lago foi tomada por pessoas de alto poder aquisitivo, construindo suntuosas casas com vastos gramados e até campos de golfe. Toda essa grama necessitava de cuidados como fertilizantes, pesticidas, adubos, que poderiam contaminar o solo.
Casarão à beira do Lago Griffin - Flórida - USA

Já em outros pontos da margem, havia atividades agrícolas, que também dependiam desses elementos para preservar as lavouras e as fazendas que se dedicavam à produção de húmus, o nutriente que garante o desenvolvimento vegetal. Tal atividade econômica era tão importante que essas fazendas acabaram recebendo o apelido de “fábricas de húmus”. O governo, preocupado com as grandes quantidades de defensivos agrícolas e fertilizantes que poderiam ser arrastados pelas chuvas para o lago, acabou proibindo o seu uso, mesmo antes dos problemas com os aligátores virem à tona. Por essa razão, a comunidade científica pensou na possibilidade do acúmulo residual dessas substâncias em longo prazo no fundo do lago, por anos seguidos, uma vez que a decomposição desses compostos não ocorria na velocidade desejada. Entretanto, o que se observou quanto aos índices desses produtos é que a variação observada não era significativa, logo, todo trabalho foi em vão.
A suspeita recaiu no húmus, afinal, nutrientes demais alimentam mais micro-organismos. Desta feita, a análise da água buscou a possibilidade do desequilíbrio no ecossistema do lago, que com o húmus carregado pelas chuvas e irrigação poderia ter desencadeado uma fartura de alimento para seres microscópios. Dito e feito! A população de algas azuis no lago estava muito acima da média e, quando isso acontece, elas podem dominar o ambiente.
Mas, como as algas azuis poderiam afetar os aligátores de tal modo que eles passassem a ter descontrole motor? Não tinha lógica! A ideia foi recorrer aos fatores neurológicos implícitos. Os cientistas voltaram aos cadáveres dos aligátores para fazerem um estudo com o cérebro desses animais.

aligátor zumbi

O cérebro de um aligátor não pesa mais do que 8 gramas e tem o tamanho de um olho humano. Após ser retirado do crânio duro, o cérebro foi laminado e colocado ao microscópio. Inicialmente, parecia não haver nada de extraordinário, mas os olhares treinados dos pesquisadores conseguiram identificar a presença de áreas esbranquiçadas no tecido do cérebro, que indicavam que certas regiões do cérebro estavam morrendo, justamente as regiões responsáveis pelos processos motores. Finalmente tinha-se algo mais concreto.
Durante um evento da comunidade científica para se debater o assunto, um pesquisador de Michigan apresentou estudos relativos a peixes como salmões e trutas das regiões dos grandes lagos, que há pouco tempo haviam demonstrado comportamentos similares ao dos aligátores do Lago Griffin, agindo tais quais zumbis. O pesquisador revelou que a solução para o problema havia sido obtida após um estudo na alimentação das trutas e salmões, quando observou que a ausência da vitamina B1, a tiamina, causava os transtornos motores presenciados. Foi a partir de então que ele iniciou uma bateria de testes com filhotes de salmões e trutas, até que ao colocar a tiamina na água na qual esses peixes já se encontravam moribundos, eles se recuperavam num estalar de dedos e retomavam às suas atividades normais, sem qualquer sequela aparente.
Os pesquisadores da Flórida redirecionaram suas pesquisas, partindo para o estudo da dieta dos aligátores do Lago Grifinn. Mas, para isso, era preciso coletar os alimentos frescos do estômago dos aligátores ainda vivos e, após capturarem alguns desses animais e realizarem uma arriscada espécie de lavagem estomacal, conseguiram apurar que a maior parte da alimentação dos aligátores daquela região, era baseada em um único peixe, o sável-de-papo (foto ao laodo, que possui em seu corpo uma enzima chamada Tiaminase, que destrói a tiamina, ou seja, deixa o animal desprovido da Vitamina B1, imprescindível para o tecido cerebral dos aligátores.

Ao refazerem a pesquisa sobre as populações no lago, constatou-se que o sável-de-papo se adaptou perfeitamente ao ambiente desenvolvido pelas algas azuis que tomou conta das águas do Griffin, o que gerou o declínio drástico da população de outros peixes que também serviam de alimento para os aligátores. A falta de diversidade no cardápio associada à ação da enzima tiaminase sobre a Vitamina B1 (figura ao lado), fez com que o diminuto cérebro desses animais começasse a morrer.
Para validar o experimento, alguns aligátores saudáveis foram colocados em um tanque e a eles foi dada uma dieta a base do sável-de-papo e, não demorou muito para os aligátores chegarem ao estágio letárgico dos zumbis. Bastou se adicionar a vitamina B1 ao meio, na água em que estavam, para que os aligátores se recuperassem e voltassem a agir como se nada tivesse acontecido. Finalmente a causa do surgimento dos aligátores zumbis já não era mais um mistério, o sável-de-papo era o responsável por todos os transtornos. Mas, afinal, o sável-de-papo era culpado ou inocente?

Foram seis anos de pesquisas até se pudesse chegar a um veredicto final. Agora era preciso agir! O governo da Flórida determinou que se reduzisse o número de sável-de-papo no Lago Griffin, que foram retirados por meio de redes e dados como alimentos em pequenas quantidades para outros animais cuja dieta era rica em vitamina B1, para não correrem nenhum risco. A população das algas azuis também foi reduzida e o lago recebeu novos indivíduos das espécies de peixes cujas populações estavam reduzidas, voltando a restabelecer o equilíbrio local.


O texto nos deixa uma importante lição: nós que no dia a dia nos deixamos levar pela publicidade, pelo modismo e nos entregamos aos fast-foods podemos entrar numa dramática ciranda como a descrita no caso dos aligátores nonsense. Nosso corpo dá sinais tal qual a obesidade e também os casos de irritações gástricas, denunciando que há algo errado em nossa alimentação.
Cada dia mais as crianças são vítimas desse mecanismo causador de doenças, trocam alimentos naturais por hambúrgueres, batatas fritas, refrigerantes, doces, e outros pouco recomendáveis para a nossa saúde. Colocando-os em uma condição de bomba-relógio, prontos para explodirem a qualquer minuto.
Essa preocupação tem levado muitas escolas a mudarem seus cardápios para os horários dos lanches; trocaram as frituras por alimentos mais saudáveis como frutas, iogurtes, saladas, sucos naturais, e com isso, começou-se a notar uma sensível queda no número de alunos obesos, tirando as escolas do papel de coadjuvantes da alimentação inadequada. Em alguns casos, a “descoberta” dos novos alimentos por parte das crianças afastou-as de doenças que antes eram muito comuns. Os casos de colesterol alto, triglicérides elevados e até do surgimento de diabéticos precoces, também se reduziram acentuadamente.
Não é de se estranhar que frequentemente eu tenha recebido depoimentos e comentários de alunos e professores que ao trabalharem com o meu livro, Alimento em Pratos Limpos, Atual Editora, tenham descoberto o mundo mágico e trágico por trás da nossa alimentação do dia a dia, provando, que o conhecimento leva ao entendimento. Contudo, a massacrante insistência da publicidade de produtos que nos prejudicam acabam vencendo no cansaço a consciência daqueles que resiste às suas armas da sedução.
Por essa razão a escola tem um papel fundamental no resgate da qualidade alimentar, assim como toda a família. É deste conceito que surge o meu pensamento do dia:
“Basta uma ervilha para se fazer um strike em garrafas cheias de refrigerante! Depende apenas da vontade do jogador!”  

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