Segundo o povo celta, o trevo de quatro folhas dá boa sorte para
quem o encontra. Contudo, o trevo de quatro folhas é uma anomalia genética,
pois os trevos, em geral, possuem três folíolos que erroneamente são chamados
de folhas e ter um quarto folíolo, seria como ter um dedo a mais em cada mão,
um cromossomo a mais, enfim, uma ANOMALIA que para essa planta as pessoas
aceitam como "mágica" ou algo tão especial!
Os trevos de quatro folhas podem até serem cultivados, mas requerem
temperatura média na faixa dos 25 ºC, chuvas constantes e de pelo menos oito
horas de escuridão ao dia. Em outras palavras, SÃO PORTADORES DE NECESSIDADES
ESPECIAIS.
Já entre os seres humanos, muitas pessoas não aceitam que os
de sua própria espécie possuam alguma anomalia genética: há pais que os
abandonam, outros que são indiferentes e aqueles que até os desprezam. Contudo,
eles se esquecem de que estas pessoas tão especiais são trevos de quatro folhas
que foram cultivados em seu próprio jardim. Por isso, devemos concluir que a
anomalia maior não está naquele que desse modo foi gerado, mas sim na formação da
concepção moral daquele que não o acolheu.
Professor, admiro muito sua sensibilidade.
ResponderExcluirParabéns por todo esse talento. Esse texto é um primor.
Kenia Alcântara
Olinda/PE
Parabéns pelo seu trabalho. Eu tenho usado seus livros aqui em Dili, no Timor Leste, sempre que possível. Educar em um país tão distante, com uma cultura tão diferente e uma instabilidade política, é uma missão árdua, mas gratificante.
ResponderExcluirNa semana passada uma menina chamada Isabel se aproximou de mim depois que li para a classe o seu livro Síndrome de Quê, que recebi de minha irmã no mês passado pelo correio. Isabel me falou que tem uma irmãzinha que possui deficiência mental em virtude da guerra civil de 2006, porque ela nasceu com problemas durante os conflitos e não teve atendimento médico adequado. Disse-me também que o pai não a aceitava daquela forma e que batia na irmã com frequência, por qualquer motivo.
Aquilo me tocou profundamente, por isso, não pensei duas vezes e dei meu livro para Isabel, que leu para os pais e para os irmãos.
Segundo Isabel, ao terminar a leitura e olhar nos olhos do pai, ela viu que ele estava chorando. Isabel pediu ao pai que abraçasse a irmã e ele a abraçou, chorou e pediu desculpas. Assim como no livro de sua autoria, a irmã de Isabel sorriu como se estivesse perdoando o pai.
Por isso, professor Egidio, fiz questão de contar esse relato, entre tantos outros que tem em seu blog. Sem dúvida, você é um missionário do amor ao próximo.
Profa. Marcia Silva - Dili/Timor Leste