Vocês já devem ter ouvido a expressão: "efeito dominó"! Há alguns meses comecei a compartilhar alguns depoimentos que recebo de leitores de meus livros e de outros com os quais trabalhei, ao que parece isso tem estimulado muitas pessoas a fazerem o mesmo, quer por email, pelas redes sociais ou por este blog. Isso é muito gratificante. Veja mais este depoimento emocionado de uma mãe e entendam porque todos os dias eu agradeço a Deus por ter me dado o dom de escrever.
"O teu blog tem os mais belos depoimentos que eu já vi sobre os livros como instumentos formadores e, por que não, modificadores do ser humano. Por essa razão, gostaria de deixar, também, o meu depoimento.
Meu nome é Sandra e tenho passado por momentos muito delicados na minha vida. Depois que meu marido faleceu, há dois anos, morto por dois motoqueiros em um assalto quando saía do trabalho, eu entrei em uma crise emocional profunda, mergulhei no álcool a ponto de cair nas ruas inúmeras vezes. Eu chegava a beber quatro garrafas de vodka por dia e muitas vezes misturava com outras bebidas! Fui internada duas vezes por coma alcoólico e não me lembro de ter ficado sóbria nesse intervalo de tempo.
Apesar de ser formada em marketing e ter estabilidade financeira, não conseguia obter a estabilidade emocional e me recusava em receber ajuda. No fundo, eu também queria morrer!
Durante boa parte do período em que fiquei imersa no álcool, acabei obrigando a minha filha Amanda, de 11 anos, a amadurecer, enquanto eu agia como uma criança, como covarde, como idiota! Pode parecer ridículo, mas até o fato de ter a luz cortada por falta de pagamento, coube à Amanda resolver. Não foi e não está sendo fácil superar essas dificuldades! Cometi vários erros induzida pela bebida. Cheguei a bater em Amanda, a destruir um carro, a acordar na casa de estranhos e até em um cortiço em meio a marginais, o que me envergonhou ainda mais. Eu havia me transformado em um lixo!
Apesar de fazer minha querida filha chorar e sofrer muito, ela buscou forças para me ajudar, aos onze anos, minha criança já se comportava como adulta, enquanto eu tinha um comportamento infantil e me sentia a única vítima da crueldade humana.
Acredito que Amanda me via como uma criança desprotegida, que meu vício era o bicho-papão que me derrubava e, com isso, ela despejou seu amor em cima de mim e disse que queria me ajudar a largar a bebida. Há alguns meses, quando chegava a noite, ela começou a me levar para dormir, no lugar da bebida ela me dava carinho e lia uma história para que eu pudesse pegar no sono. Muitas vezes eu chorei, lutava contra o meu vício e me recusava em beber porque a minha filha estava ali, me dando uma lição de vida.
Certo dia ela leu para mim a história chamada O Rei da Bola, do livro Histórias de Valor, de Egidio Trambaiolli Neto, publicado pela Editora Cortez, que falava do direito de errar. Foi quando eu percebi que eu precisava pedir desculpas para Amanda pelos erros que eu estava cometendo. Mas a minha menina não era mais uma criança e respondeu como se fosse adulta: mãe, a culpa não é sua, é dos bandidos que mataram o papai. Eles fizeram muito mais do que isso, tentaram roubar a sua vida. Tentaram tirar você de mim!
Depois disso, Amanda me abraçou tão forte que eu percebi que o amor que tínhamos uma pela outra era maior do que a maldade e a bebida que tentaram nos separar.
No dia seguinte Amanda me levou aos Alcoólicos Anônimos, ela havia pesquisado na internet e encontrado um endereço perto de casa. Já se passaram 62 dias que eu parei de beber. Não está sendo fácil, mas já conquistei muitas coisas que eu havia perdido, voltei a trabalhar, a levar e buscar minha filha na escola, a abraçar Amanda com tanto carinho e tanta força que por vezes ela reclama que eu a estou machucando. Agora, à noite, ela dorme ao meu lado e a cada noite, uma lê uma história para a outra antes de dormir.
Por isso, eu só tenho a agradecer ao autor Egidio Trambaiolli Neto por passar a mensagem que eu tanto precisava ouvir e aos livros que me ensinaram a voltar a viver e fizeram Amanda voltar a sorrir."
Que Deus abençoe o seu talento! Fiquei emocionado com essa história e com a magnitude de seu impacto em uma família.
ResponderExcluirOscar Mileto / SP/SP
O álcool é perverso! ainda bem que Jesus te colocou no caminho dessa família.
ResponderExcluirCintia Queiroz - Teresina