Vejam essa conversa que tive com uma pessoa que decidiu incluir em sua tese a minha ação social do último sábado. (Texto autorizado para publicação)
Pesquisador: - Gostei muito de sua atitude em do...ar livros de sua autoria para as crianças de rua que pediam esmolas em um semáforo.
Egidio: - Obrigado! Foi uma experiência ímpar!
Pesquisador: - Essas crianças ficaram sabendo que você era o autor dos livros?
Egidio: - Não me preocupei com isso, na hora eu queria sentir qual seria a receptividade dessas crianças diante de um presente pouco convencional para quem vive nas ruas.
Pesquisador: - Vi que várias pessoas se sensibilizaram com seu gesto. Você tem uma ideia de como isso tem repercutido no Facebook?
Egidio: - Desde sábado recebo informações sobre curtidas, compartilhamentos e comentários referentes a essa ação, tanto que passei a denominá-la de: A Revolução dos Livros. Várias pessoas se mobilizaram para proliferar a ideia, mostrando que a sociedade não é tão insensível com a situação dos menos favorecidos, como se diz por aí.
Pesquisador: - E qual é o volume de feedback que você tem recebido?
Egidio: - O evento foi colocado no meu perfil e em vários grupos do Facebook aos quais pertenço; como reflexo, mais de mil ações relativas à postagem já aconteceram.
Pesquisador: - Dê alguns exemplos:
Egidio: - Uma escola de Minas Gerais fará uma ação similar com professores, pais e alunos; um grupo de professoras do Rio de Janeiro entregou livros para os policiais durante a manifestação acontecida antes do jogo Brasil e Espanha; um ex-aluno que tive levou a ideia para a igreja com a proposta de replicá-la; uma mulher comprou um livro em um evento, pediu o autógrafo do autor para um rapaz que conhecia e vivia na rua e o presenteou com o livro; uma criança que pediu para a mãe separar alguns livros para levarem para crianças de um semáforo e ali, juntos, fazerem a leitura para essas crianças. Enfim, foram muitas ações similares e as surpresas até agora não param de acontecer. Todos os dias surgem novas ideias reforçando a atitude que tive.
Pesquisador: - E o que o motivou a doar livros?
Egidio: - Estou lançando o livro Pinóquio do Asfalto, pela Editora Uirapuru, que aborda a história de um menino de rua que, segundo sua visão, queria ser um menino de verdade, pois na rua é considerado por muitos como um menor, um problema social, mas nunca uma criança em sua plenitude.
Pesquisador: - Que lindo! A história possui mais relações com o conto Pinóquio?
Egidio: - Sim, há uma relação entre os personagens clássicos e os do conto que escrevi. Pinóquio é representado por Márcio, um menino de rua; Gepeto por Chico Quebra-Galho, um viúvo que quer adotar uma criança; a Fada-Madrinha é a Assistente Social; o Grilo Falante, que representa a consciência, é Zé Grilo, o melhor amigo de Márcio; João Honesto está associado ao aliciador de menores para o tráfico e a Baleia, que engole a todos, é representada pelo tráfico e o crime organizado que domina a comunidade. Assim como no conto, o desafio de Márcio é grande, tal qual a sua determinação.
Eu proponho clonar você, seria uma ação muito valiosa para esse mundo tão carente de bons corações.
ResponderExcluirViviane Pinheiro - Camaçari - Bahia