quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Entrevista com Egidio Trambaiolli Neto

Recentemente concedi uma entrevista muito agradável para um canal do Youtube que em breve será lançado, sob o comando de Thales Mendes. Na oportunidade falaram sobre vários temas: a carreira de autor, como produzir um livro, de que forma os novos autores podem ingressar no universo literário, sobre o livro Manual do Pedro (em breve), de autoria do próprio Thales, e muito mais. Uma das pautas foi sobre o livro Pinóquio do Asfalto, da autoria de Egidio, que está em adaptação para o cinema. Um dos pontos dessa abordagem fez referência aos depoimentos que aparecem no blog do autor, no blog do livro e ele recebe por e-mail, entre outras mídias, que publicamos nesta página do livro Pinóquio do Asfalto, aqui no Facebook. Esses depoimentos têm contribuído de modo muito favorável para a disseminação da proposta do livro e emocionado muita gente. Agora no final do dia ao verificar seu blog o autor viu mais um depoimento de impacto, este, por sinal, o fez refletir sobre as responsabilidades de um autor diante da sociedade e de que forma ele pode colaborar com o contexto social. Vocês não imaginam a emoção sentida por Egidio ao ler o que o jovem Tiago escreveu. Preservemos o texto da mesma forma que foi publicado, cremos que a simplicidade ajudará a revelar a triste realidade de nosso povo da periferia:
"O Pinóquio do Asfalto me salvou
Eu vivi muito tempo na rua, hoje eu moro em um barraco e tô me esforçando pra ser alguém na vida, voutei a estuda, mas é tristi quando a favela vira um palco de morte e não é muito diferente da rua. No final do ano passado meu pai morreu porque axavam que ele tinha entregado uns manos do morro que é amigo da policia, meu pai era trabaiado e viro nóia porque ele já tinha perdido um filho que ele tinha com uma outra mulher, ele usava bagulho e bebia pra não sofre muito ele já tava veio pra aguenta tanta dor. E a polícia veio e começo a atira nos cara da coca e acabaram matando meu pai. Eu fiquei com vontade de mata todo mundo, arrumei um berro e ia atrais dos meganha, eu queria que as famílha deles também passasse o natal chorando e se pussiveu eu ia tamém mata alguém das familha deles pra da mais disgraça. Minha mina tava chorando muito porque eu tava mau, ela compro seu livro Pinóquio do Asfalto e me deu de natal. Eu nunca tinha lido um livro, to com vinte ano e num sei le direito e escrevo muito mau. Ela me ajudo a le o livro e eu fiquei pensando muito no meu pai e no que eu ia faze. Na noite da véspera de natal eu tava loco, tinha xeirado e bebido pra não fica vendo minha mãe chorando. Minha mina me levo pro chuvero e me ajudo a me acalma, eu chorei muito ela fico falando do seu livro e de esperança. Depois eu me troquei e sai com ela, agente foi anda eu tava com o berro nas costa, e vi uma viatura, o sangue subiu ela me acalmo, se ela não tivesse junto eu ia apaga os policial, ia mete uma azeitona na testa de cada um, só pras familha deles sofre como a minha tá sofrendo. Eu peguei o berro, fui ate a ponte e joguei na água do rio.
obrigado
Tiago"
Violência gera Violência. Amor gera Amor!


Prof. Egidio Trambaiolli Neto e seu livro Pinóquio do Asfalto

Cartaz de campanha contra a violência e extermínio de jovens
"Nós apoiamos!"

Márcia Almeida e Prof. Egidio Trambaiolli Neto
em lançamento do livro Pinóquio do Asfalto
Saraiva MegaStore Center Norte - SP

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