sexta-feira, 10 de junho de 2011

Texto do vídeo O Bullying Nosso de Cada Dia

Prezados, atendendo à solicitações, seguem abaixo o texto do meu vídeo sobre bullying em Português, Inglês e Espanhol.

O BULLYING NOSSO DE CADA DIA!
Texto original de Prof. Egidio Trambaiolli Neto

O bullying não é novo, assim como qualquer tipo de violência. Mas acabou virando moda.

Vamos entender:
- Você assiste a um programa de televisão no qual aparecem cenas de pessoas levando tombo, se machucando, cometendo algum erro. Esses vídeos são expostos como um quadro humorístico, com risadas de fundo, trilha sonora e efeitos especiais. Para completar, o apresentador faz questão de ridicularizar aos protagonistas com frases do tipo:
            - Olha o que essa anta vai fazer!
            - Dá uma olhada como esse cara é idiota!
            - Veja só o que vai acontecer com a gordinha!
            - Tinha que ser com a baleia!

Conclusão: Ser exposto ao ridículo e ser rotulado como tal virou moda. Enquanto a ética e o respeito ao próximo são jogados no lixo.

- Aí, você muda de canal e um grupo de pseudo-humoristas, tenta fazer graça a custa de expor pessoas ao ridículo, em entrevistas maldosas, descabidas e atitudes jocosas que valorizam o preconceito de todo tipo. Esses mesmos pseudo-humoristas imitam personalidades como se fossem pessoas desqualificadas, em cenas regadas pelo humor sórdido.

Conclusão: Transformar as pessoas em idiotas diante de todos vira moda e o humor de baixa categoria alcança altos picos de audiência.

- No dia seguinte, você chega à sua casa e depara com programas que banalizam a violência. O apresentador pede que se repita a cena na qual torcedores agridem algum torcedor de outro time diante de câmeras vigilância e critica o ato com ares de justiceiro, recriminando a violência com caras e bocas, mas explorando insistentemente as deprimentes cenas para cativar a audiência sedenta de sangue.

Conclusão: A imagem da violência numa sociedade fragilizada e sem ética fica registrada. Assim, diante de tanta banalização da violência, os problemas viram conversa de botequim, tal qual o resultado do jogo de futebol que desencadeou a agressão, enquanto se torna moda expor para o mundo todo, as humilhações sofridas pelas vítimas.

- Para completar você é obrigado a ter a programação recheada de cenas dos reallyties shows, com protagonistas que se despem de escrúpulos e recorrem à vulgaridade por dinheiro, para se projetar no meio artístico ou para alcançar a fama de qualquer outra maneira.

Conclusão: A privacidade alheia perde o sentido, pois as pessoas se comportam como fofoqueiras observando a vida das outras pessoas das janelas de sua casa. O vale-tudo para se dar bem se transforma em palavra de lei e a falta de caráter vira moda, com os espectadores agindo tais quais os romanos durante o auge do Império, em pleno Coliseu, escolhendo quem vive ou quem morre.

Diante de tantos estímulos negativos, os jovens acham que podem rotular as pessoas por suas diferenças, tal qual nos vídeos de humor. Afinal, a constância fez o hábito. Praticam o bullying da mesma forma que o apresentador diante dos vídeos que apresenta. Valem-se do humor sórdido para ridicularizar as pessoas com acusações levianas e “pegadinhas”, da mesma maneira que fazem os humoristas que lhes servem de referência.

Gravam brigas no pátio ou na frente da escola e ainda colocam no YouTube para torná-las públicas, como nos programas que revelam os barracos gerados entre pessoas que ficam confinadas em uma casa vigiada por câmeras 24 horas por dia, transformando-os em hit da falta de escrúpulos.

Seguindo aos modelos, os jovens se unem em gangues, agridem negros, mulheres, homossexuais como se tivessem esse direito. Como nos humorísticos que ridicularizam o fato de se colocar um galã negro em novelas, que exibem mulheres seminuas como objetos sexuais e rotulam homossexuais em seres bizarros.

Esse é o perfil de muitos jovens que chegam à escola, cercados de maus exemplos, e a escola é obrigada a tentar reparar esses estímulos negativos, a falta de respeito ao próximo, o bullying, e, nessa queda-de-braço, acaba sendo fragilizada pelo bombardeio da mídia que transformam os formadores de opinião da televisão em ídolos.

O bullying, por exemplo, não justifica a invasão do atirador na escola do Rio de Janeiro, principalmente porque comprovadamente ele sempre se mostrou desequilibrado. Mas o fato de ele ter escolhido a escola como alvo e ali descarregar sua insanidade, mostra como o bullying contribuiu pela opção.

Precisamos olhar com mais atenção para esse problema, o bullying, muitas vezes começa em casa, entre os familiares. Ele pode acontecer entre irmãos, primos. Quem nunca viu um irmão apontar problemas no outro de forma agressiva, com o propósito de gerar alguma humilhação? Quem nunca presenciou um irmão querer se mostrar mais poderoso que uma irmã?

Mas o que muitos sequer percebem, é que o bullying pode até ser provocado pelos mais velhos, quando se aplica rótulos a qualquer pessoa, comparando filhos com fulano que é o mais inteligente da sala, com ciclano que é já tem namorada, ou com beltrano que é craque enquanto ele é perna-de-pau?

Às vezes, o bullying é praticado inconscientemente e involuntariamente, pelos próprios pais diante dos filhos. Não acreditar em seu potencial, não confiar em suas atitudes, não compartilhar momentos bons e ruins, pode levar um filho a sentir-se como um perdedor diante de todos. Por esse motivo, todo e qualquer diálogo é importante e a confiança entre pais e filhos e mesmo entre os familiares, deve estar presente no dia a dia, dando apoio e orientando-os na superação de desafios.

Há alguns anos conheci um rapaz de 19 anos, em Cabo de Santo Agostinho - Pernambuco, o nome dele é Allison. Ao término de uma palestra na qual eu falava sobre alguns livros que publiquei, Allison, que ali trabalhava ajudando a carregar caixas e a servir café, sentou-se ao meu lado e, humildemente, disse-me ter escrito uma história sobre um passarinho que, apesar de ser o menor de toda a ninhada, queria aprender a voar, mas que sofria bullying junto a sua própria família e aos outros animais da floresta.

Depois de algum tempo de conversa, percebi que Allison havia usado a história do passarinho como metáfora, para falar dos desafios que a vida lhe impunha, e que ele era o próprio passarinho. Resultado, a história virou um livro de uma leveza e uma beleza ímpar, chamado de O Noitário de Robinho, em alusão a um diário que ele escrevia durante a noite, para que ninguém descobrisse seus segredos.

O Noitário de Robinho, de Allison Santos, é uma publicação da Editora Uirapuru, indicado para crianças já alfabetizadas, e tem tudo a ver com esse momento em que o bullying tem que sair de moda!





OUR DAILY BULLYING!

Copyright: Prof. Egidio Trambaiolli Neto

Bullying is not new, and neither is any other type of violence. But it has turned into fashion.

Let us understand why:

- You watch a TV program in which scenes of people stumbling, hurting themselves or making some mistake are shown. These videos are exposed as humor sketches, with background laughter, soundtrack and FX. To complete, the host insists on ridiculing those involved with phrases like:
- Look what that jackass will do!
- Take a look how dumb that guy is!
- See what will happen to the fat lady!
- It had to be done by that whale!

Conclusion: Being ridiculed and labeled as ridiculous has become fashionable. While ethics and respect for others are thrown away,

- Then you change channel and a group of pseudocomedians try to make fun by ridiculing people in malicious and preposterous interviews and with mocking attitudes that favor all kinds of prejudice. These pseudocomedians themselves impersonate celebrities as though they were unqualified people in scenes sprinkled with nasty humor.

- Conclusion: Making fools out of people in the presence of everybody becomes fashionable and poor humor reaches high peaks of audience.

- The next day, you get home and come upon programs that trivialize violence. The host asks a scene to be repeated in which supporters of a team attack a supporter of another team in front of surveillance cameras and criticizes the act with the air of an avenger, reproaching the violence by making faces, but insistently exploiting the depressive scenes to captivate his bloodthirsty audience.

Conclusion: The image of violence in a weakened and unethical society is chronicled. So, in view of such trivialization of violence, the problems become a theme for a café chat, such as the result of a soccer game that launched the aggression, while exposing worldwide the humiliation suffered by the victims becomes fashionable.

- To complete, you are obliged to have a TV programming full of reality show scenes, with participants who put their scruples away and recur to vulgarity for money in order to project themselves in show business or to become famous no matter how.

Conclusion: Another's privacy becomes meaningless, because people behave like gossipers observing the lives of others through the windows of their house. The "anything goes" to be successful becomes a word of law and lack of character becomes fashionable, with viewers acting like the Romans during the apogee of the Empire, in the open Colosseum, choosing who lives and who dies.

In view of so many negative stimuli, young people think they can label people by their differences, such as in humor videos. After all, repeatedness has made the habit. They practice bullying just like the host in relation to the videos he shows. They recur to sordid humor to ridicule people with frivolous accusations and pranks just like the comedians who serve as references to them.

They record fights in the schoolyard or in front of the school and even upload them on YouTube to make them public, as in shows that reveal the big fuss generated among people who are confined in a house guarded by cameras 24 hours a day, making them hits of lack of scruples.

Following the model, young people join gangs, attack blacks, women and homosexuals as if they were entitled to. Just like in comedy shows that ridicule the fact of putting a black leading man in a soap opera, that exhibit seminude women as sex objects and label homosexuals as bizarre beings.

This is the profile of many young people who go to school, surrounded by bad examples, and the school is obliged to try to repair those negative impulses, the lack of respect for others, bullying, and – in this tug-of-war – it ends up being weakened by bombardment of the media that turns TV opinion makers into idols.

Bullying, for example, does not justify the invasion of a serial killer in a school in Rio, mainly because he has always been proven to be unbalanced. But the fact of his choosing the school as his target, and unloading there his insanity, shows how bullying affected this option.

We need to take a closer look at this problem. Bullying often begins at home, among family members. It can happen between brothers, cousins. Who has never seen a brother pointing out problems in another brother aggressively, with the aim of generating some humiliation? Who has never seen a brother wanting to pose as more powerful than his sister?

But what many people do not realize is that bullying can even be caused by adults, when they apply labels to a son, comparing him with Tom, who is the smartest in the classroom; with Dick, who already has a girlfriend; or with Harry, who is an ace, not a lousy soccer player just like him?

Sometimes bullying is done unconsciously and unintentionally by parents themselves in the presence of their children. Not to believe in their potential, not to trust their attitudes, not to share good and bad moments can lead a child to feel like a loser when compared with everybody. Therefore, each and every dialogue is important and trust between parents and children and even among family members must be present in everyday life, supporting and guiding them to overcome challenges.

A few years ago, I met a 19-year-old boy in Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. His name is Allison. At the end of a lecture in which I spoke about some books I had published, Allison, who worked there helping to carry boxes and serve coffee, sat down by me and humbly told me he had written a story about a little bird that, despite being the smallest in its brood, wanted to learn how to fly, but suffered bullying from his own family and other animals in the woods.

After spending some time talking, I realized that Allison had used his bird story as a metaphor to talk about the challenges that life had imposed upon him, and he himself was the bird. As a result, the story became a book of unique lightness and beauty called Robinho's Nightary, an allusion to a diary he wrote during the night so that nobody would discover his secrets.

Robinho’s Nightary, by Allison Santos, published by Editora Uirapuru, is designed for already literate children and has everything to do with this moment when bullying has to go out of fashion!



English version by Hélio Antonio Franceschini, translator and interpreter - hfrances@zipmail.com.br



İNUESTRO ACOSO DE CADA DÍA!
Texto original: Prof. Egidio Trambaiolli Neto


El acoso no es algo nuevo, y tampoco lo es cualquier otro tipo de violencia. Sin embargo, se ha convertido en moda.


Vamos a entender por qué:


- Tú puedes ver un programa de televisión en el que se muestran escenas de personas que caen, perjudícanse a sí mismas o cometen un error. Estos videos se exponen como cuadros de  humor, con risas de fondo, banda sonora y efectos especiales. Para completar, el presentador insiste en ridiculizar a los participantes con frases como:


- İMira lo que el burro va a hacer!
- İMira lo tonto que es aquel hombre!
- İVea lo que va a pasar con la gordota!
- İSólo esa ballena lo hubiera hecho!


Conclusión: El ser ridiculizado y etiquetado como ridículo se puso de moda. Mientras que la ética y el respeto por los demás se desechan.


- Enseguida, tú cambias el canal y un grupo de pseudocomediantes tratan de burlarse de la gente en entrevistas maliciosas y absurdas, con actitudes burlonas que favorecen todo tipo de prejuicios. Estos mismos pseudocomediantes se hacen pasar por celebridades como si éstas fueran personas no calificadas en escenas salpicadas de humor sórdido.


Conclusión: Convertir a las personas en idiotas delante de todos se pone de moda y el humor pobre alcanza altos picos de audiencia.


- Al día siguiente, tú llegas a tu casa y te ves delante de programas que banalizan la violencia. El presentador pide que se repita una escena en la que los aficionados de un equipo atacan a un aficionado de otro equipo frente a las cámaras de vigilancia y critica el acto, con un aire de justiciero, reprochando la violencia con muecas, pero explotando con insistencia las escenas depresivas para cautivar a su público sediento de sangre.


Conclusion: La imagen de la violencia en una sociedad débil y sin ética es lo se registra. Así, en vista de tal banalización de la violencia, los problemas se vuelven temas para discutir en un café, como el resultado de un partido de fútbol que desató el ataque, mientras que exponer a todo el mundo la humillación sufrida por las víctimas se pone de moda.


- Para terminar, tú estás obligado a tener una programación de televisión llena de escenas de "reality shows", con los participantes que se desvisten de sus escrúpulos y recurren a la vulgaridad por dinero con el fin de proyectarse en el mundo del espectáculo o para ser famoso sin importarse cómo.


Conclusión: La privacidad ajena deja de tener sentido, porque la gente se comporta como chismosa observando la vida de los otros desde las ventanas de su casa. El "todo vale" para tener éxito se convierte en ley y la falta de carácter se pone de moda, con espectadores que actuan como los romanos durante el apogeo del Imperio, en pleno Coliseo, eligiendo quién vive y quién muere.


Con tantos estímulos negativos, los jóvenes creen que pueden etiquetar a las personas por sus diferencias, como en los videos de humor. Después de todo, la repetición se ha hecho el hábito. Ellos practican el acoso al igual que el presentador en relación a los videos que muestra. Recurren al humor sórdido para ridiculizar a las personas con acusaciones frívolas y “trampas” al igual que los comediantes que les sirven como referencia.


Registran peleas en el patio o en frente de la escuela e incluso las ponen en YouTube para hacerlas públicas, como en los programas que revelan los escándalos generados entre las personas que están confinadas en una casa vigilada por cámaras las 24 horas del día, convertiéndolas en campeones de la falta de escrúpulos.


Siguiendo el modelo, los jóvenes se unen a pandillas, atacan a los negros, a las mujeres y a los homosexuales como si tuvieran ese derecho. Al igual que en programas de humor que ridiculizan el hecho de poner a un protagonista negro en una telenovela, que muestran a las mujeres con poca ropa como objetos sexuales y etiquetan a los homosexuales como seres extraños.


Este es el perfil de muchos jóvenes que van a la escuela, rodeado de malos ejemplos, y la escuela está obligada a tratar de reparar estes estímulos negativos, la falta de respeto a los demás, el acoso, y en este “tira y afloja” termina siendo debilitada por el bombardeo de los medios de comunicación que transforman a los formadores de opinión de la televisión en ídolos.


El acoso, por ejemplo, no justifica la invasión de un asesino en serie en una escuela en Río, sobre todo porque siempre ha demostrado ser desequilibrado. Pero el hecho de que escogió la escuela como su blanco, y descargó allí su locura, muestra cómo el acoso afecta esta opción.


Tenemos que mirar más de cerca esta cuestión. El acoso a menudo comienza en el hogar, entre miembros de la familia. Puede ocurrir entre hermanos, primos. ¿Quién no ha visto a un hermano señalar agresivamente los problemas de otro hermano, con el objetivo de generar alguna humillación? ¿Quién no ha visto a un hermano que quiere ser más poderoso que su hermana?


Pero lo que mucha gente no sabe es que el acoso puede incluso ser causado por los adultos al aplicar etiquetas a cualquier persona, comparando a su hijo con fulano, que es el más listo en el aula, con zutano, que ya tiene una novia, o con mengano, que es un as, no un pésimo jugador de fútbol como él?


A veces el acoso se hace inconscientemente y sin intención por los propios padres ante los hijos. No creer en su potencial, no confiar en sus actitudes, no compartir buenos y malos momentos puede llevar a un niño a sentirse como un perdedor ante todos. Por lo tanto, todo diálogo es importante y la confianza entre padres e hijos e incluso entre miembros de la familia debe estar presente en la vida diaria, apoyándolos y orientándolos a superar los desafíos.


Hace algunos años, conocí a un chico de 19 años en Cabo de Santo Agostinho – Pernambuco. Su nombre es Allison. Al final de una conferencia en la que hablé acerca de algunos libros que había publicado, Allison, quien trabajaba allí ayudando a cargar las cajas y servir el café, se sentó a mi lado y con humildad me dijo que había escrito una historia sobre un pajarillo que, a pesar de ser el más pequeño de la camada entera, quería aprender a volar, pero sufría el acoso de su propia familia y otros animales del bosque.


Después de un rato de conversación, me di cuenta de que Allison había utilizado la historia del pájaro como metáfora para hablar de los retos que la vida le había impuesto, y que él mismo era el pájaro. Consecuentemente, la historia se convirtió en un libro de ligereza y belleza incomparables llamado El nochario de Robinho, en alusión a un diario que escribió durante la noche para que nadie descubriera sus secretos.


El nochario de Robinho, de Allison Santos, publicado por la Editora Uirapuru, está diseñado para los niños que ya saben leer y escribir y tiene todo que ver con el momento en que el acoso tiene que salir de moda!


Versión en español de Hélio Antonio Franceschini, traductor e intérprete – hfrances@zipmail.com.br

Um comentário:

  1. Pode ter certeza que seu texto será apresentado na próxima reunião de professores da minha escola.

    Profa. Alessandra Silva
    Curitiba/Paraná

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